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"A um certo tempo, não deixarei que minhas lágrimas, falem-me tanto de você!"(Rosane Oliveira)

domingo, 25 de outubro de 2009

Alzheimer

Alzheimer
.
Imóvel
sobre o leito
inerte
aos apelos da carne
sequer reconhece a dor
nem lágrimas
nem sorrisos
nenhum sentir lhe aflora
apenas o ir e vir
sem "pra onde"
ansiedade lhe devora
os caminhos desconhece
E você quem é?
nenhuma toca é sua óca
tudo
é ainda insuficiente
é o Alzheimer
a destruir o "presente"
.
na lucidez extinta
apagam-se as luzes
uma a uma
e no virar da madrugada
resta um corpo
de alma ausente
ainda vivo
sem "passado" e sem "presente"
.
Rosane Oliveira

Saudade

Saudade
Envolvi meu corpo
Num abraço de próprios braços
Tentando sentir o seu calor
Tentando sentir seu corpo Junto ao meu,
Como antes!
Fechei os olhos
As lágrimas escorreram
Enquanto você dizia o seu amor
Num sussurrar de pensamentos
Que me tomaram neste momento!
Gritei,
Mas a voz não saiu,
Ninguém foi capaz de ouvir
A aflição que vinha em minh’alma
Que dor é essa, que abre caminhos
No corpo e na alma,
Não obedece ordens
E se apodera dos sorrisos?
Que dor é essa, tão profunda que emudece
Tão escura que cega os olhos no brotar das lagrimas?
Que dor é essa, que sangra tanto
E ninguém vê?
Que rouba o paladar, que apaga as esperanças
Que sussurra ameaças de morte
Acorda as lembranças pra que doa ainda mais?
Que dor é essa, que de febre deliro
Que me rouba o ar e eu sufoco
Sem sequer gritar?
Que dor é essa, que esfola o carne
Que tortura a alma
Até você voltar?
Que dor é essa que só ameniza com beijos
Com toque de pele, com olho no olho
E mil promessas de amar?
Que dor é essa?
.
Rosane Oliveira

domingo, 4 de outubro de 2009

Aliviada

No interruptor
o dedo
No ambiente
a penumbra
E o perfume nas narinas
Presença
invisível aos olhos
Sentida na pele
E no cheiro
O sorriso me saltou
A lágrima aflorou
A tranqüilidade ficou
Na noite o cheiro adentrou
Adormeci
Incorporada
Rosane Oliveira

Tecelã

Tecelã
No tear do pensamento,
Teço as teias que te envolvem,
E as minhas esperanças; No breu da noite,
Desfio meus medos e inseguranças;
Teias que se desfazem
No melado de um aconchego;
No fiar do fio mais brilhante,
Ganho asas,
E sobrevôo o horizonte,
Debruço sobre os sonhos,
E adormeço...
No tecer do azul dos olhos!
Rosane Oliveira

Anjo e poeta

Anjo e poeta
Veio ele...
Lá do “oco da taboca”
É lá que se esconde
E acha que lá ele mora...
Trouxe consigo,
O filho,
A mochila,
E o boné...
Eu tinha certeza que
Eram azuis os olhos dele!
E feito o mar
O azul se inundou!
Na mochila,
Um punhado de rabiscos,
Escondidos,
Guardados...
Assim...feito a dor que sentia
Mas não dizia!
Sentimentos rabiscados,
De um poeta apaixonado!
Feliz estava...
Isso eu pude ver...
Senti o abraço que me deu,
E o beijo que guardou...
Mas trouxe...
E era meu!
Do azul para o verde...
A invasão...
Em um segundo ele me leu...
E nenhum mistério a mim restou,
Nem a ele,
Que ao verde se curvou!
Rosane Oliveira
(poema em homenagem ao amigo e poeta Paulo Silvoski...
agora um amigo "real"...amei conhecê-lo!!)