Rabiscando a vida...: outubro 2008

Declaro que

Não queria querê-la tanto assim!

Mas a vejo em todos os cantos
No silencio da noite, nos sonhos que tenho
No clarear dos dias, no canto dos pássaros.
Na musica, a insistir na palavra ti amo!
Pois eu queria querer-te o quanto quero!
Desejar-te entre os meus lençóis nas minhas noites
Sentir seu cheiro bem de pertinho
Enquanto me beijas e me cobre com teus carinhos!
De uma forma ou de outra adornamos os sonhos
Estou sim, em hipnose, sob teus lençóis
Dominado, viçoso, ardendo em emoções
Como estás a me amar em minhas canções!
Toque-me, com todo desejo com que me tocas nos teus sonhos!
Dispa-me com a mesma ferocidade com que tentas evitar esse desejo em ti!
Beije-me, com a mesma suavidade que sorri, quando pensa em mim!
Sejas meu! Inteiro, completo!
Entregue-se a mim, como nos teus sonhos!
Ama-me...como já te amo!

Sabino e Rosane Oliveira

Mistura homogênea

Frente ao espelho...
Observe-me dentro de ti!
Vivo ali...misturada a voce!
Percorrendo suas veias com meu calor,
No mais intimo dos toques de amor!
Pele com pele...
Cheiro com cheiro...
Veja-me em ti...grudada...unida...
Tal qual alma gêmea!
Sua fêmea...a lhe queimar em desejos!
A lhe possuir...feito bicho no cio!
Pra que fugir...estou aí...em você...
Misturada em ti...mistura homogênea...
Não separa-se...não quero...
Quero ficar aqui...
E você me quer aqui...
Não há lugar que possas ir, que estarei longe de ti!

Rosane Oliveira

Minha luz depende da tua!

Hoje, também sou pra ti
Meus versos sentem saudades tuas
Meus carinhos lhe esperam
E já não há mel nesta saudade!
Busco o doce das minhas palavras
E meus sentimentos transbordam fel
Minhas palavras são sozinhas...alheias!
Desencontram os carinhos teus!
Cadê o brilho dos meus olhos?
A chuva apagou...
A flor murchou...
Preciso de colo, de carinhos, de presença tua!
Meu poeta está triste e me deixou triste!
Deixou-me!
Se ele não brilha...eu também me apago!
Se ele não sorri...eu também choro!

Rosane Oliveira

Doce delírio real!

Ah, meu beija-flor encantado
De asas mágicas e vôo apaixonante...
Desejo ser a rainha das rosas
Para receber em meus lábios
O primeiro e o mais doce dos teus beijos!
Desejo que o vento agitado pelo balançar das tuas asas,
Revire o meu cabelo,
Tirando a mecha que recobre o meu rosto e parte do seu sonho
Para que assim, tu possas ver...
O brilho dos meus “reais” olhos
A paixão do meu “real” sorriso!
E na transparência de meu amor por ti
Encontre a tua imagem, como num espelho
E observe que teus olhos também brilham...
Ao perceber que não sou seu sonho!
Que sou sua realidade...
Seu doce delírio real!

Rosane Oliveira

Flor vulcânica!

Rosane Oliveira

Borbulhando desejos

Entre mim e fogo, existe um universo paralelo!
Onde as flores e os pássaros convivem com a lava quente e borbulhante
Onde você e eu vivemos no mesmo calor de desejos vulcânicos!
Sou fogo desejado, perseguido e sonhado! Acidente de desconhecidos desejos!
Somos assim: animais loucos, feras incógnitas no cio!
Nada é novo em nós, mas entre lavas perdemo-nos
E viramos a mistura homogenia na ebulição da volúpia
É muito calor, o reflexo do espelho, onde nunca estamos sós!
No teu corpo me resfrio, me acalmo, me sacio!
Mas quando sinto saudade, um arrepio me percorre
Erupciono...minhas lavas te procuram...sedentas de ti!
Precisam do teu calor...borbulham...resfriam...Acalmas o meu furor!
Somos assim: fenômenos que se atiçam e apagam-se...
Transmutam-se e se completam plenamente!
É à força do amor que, incendeia e acalanta, estes corpos tão ferventes.
Estas almas febris. Este amor tão lindo assim!...

Sabino Marques e Rosane Oliveira

Sentimento velho

Palavras guardadas

Num velho caderno

Velhos sentimentos

Ainda ardem por dentro!

Cristal quebrado

Vidro estilhaçado

Cacos mal colados

Amor despedaçado!

Palavras velhas

Numa gaveta velha

Em páginas velhas

Sobre um sentimento velho!

Um amor sofrido

Um sentir proibido

Um chorar escondido

Escritos nem lidos!

Fotografias amarelas

De um amor de donzela

A pintar na janela

Seus sonhos de cinderela!

Saudade viva

Da velha donzela

A rabiscar nas páginas amarelas!

Rosane Oliveira

Assim, assim

Me ame assim
Deste jeito assim
Apertadinho assim
Todinha assim
Me toque toda
Me beije toda
Me aperte toda
Me queira toda
Todinha assim
Todinho em mim
Toda, toda
Assim, assim!
Rosane Oliveira

Nas ondas do seu olhar

Naveguei nos teus olhos e me deixei me levar pelas ondas...
Tanto balanço, tirou tudo do lugar!
Tamanho é o furacão, que faz as ondas do teu olhar!
Ao viajar nestas ondas, percebi o colorido da vida;
Descobri outros amores e a beleza de tantas flores!
Entendi a doçura do mel e o poder das letras no branco papel!
Bem no meio deste mar, descobri um enorme vulcão;
Que de encontro ao furacão, encontrava-se em erupção!
Tão linda a magia dessa mistura, decidi ficar ali!
Precisei me modificar para ao ambiente me adaptar!
Metamorfose de mim!
Diante do espelho, no fundo do seu olhar, observe com muito cuidado...
existe uma flor vulcânica, que sobrevive nas lavas,
somente por seu amar!

Rosane Oliveira

Metamorfose

Libertei-me do meu casulo
Soltei as amarras
Abri minhas asas...são lindas!
De lagarta à borboleta!
Valeu a pena o casulo, o sofrimento...
Sou livre! Posso voar!
Minhas asas levam-me aos mais belos jardins!
E sou tão linda quanto as flores dos beija-flores!
Abri minhas asas e mergulhei!
Fiz um vôo sobre o mar...
Dancei para os teus olhos me admirar!
Sou livre! Posso ir e voltar...sorrir e amar!
No emaranhado dos teus cabelos posso repousar...
E assim, tão pertinho de ti, sou feliz...
Tanto que até posso sentir... você a me desejar!
Rosane Oliveira

Navegando na sua cor!

Toquei seu corpo nos meus sonhos

Minhas digitais tatuavam sua pele negra
Tatuagem de digitais prateadas, iluminavam a noite
Nenhuma luz era necessária,
tantas eram as digitais em seu corpo a brilhar!
Meus dedos exploravam cada milímetro teu!
Tentavam saciar curiosidades e desejos
Desejo de encostar, explorar, tocar e possuir...
Desejo de me deixar amar!
Não preciso de outra noite, que não seja a noite de teu corpo,
da sua cor, que se mistura a minha em completa homogenia!
Não preciso de outro brilho, que não seja o dos teus olhos,
no momento em que sou tua!
Nem preciso de outra luz,
que não seja das minhas digitais tatuadas em teu corpo negro e nu,
Explorado e desejado por mim, num orgasmo inigualável!
Não preciso de outro mar,
que não seja o mar negro do teu corpo a me embalar!

Rosane Oliveira!

Saudade

Encontrei um coração
Abandonado ao relento
Tão grande era a saudade
Que ele trazia dentro
Mostrei a ele o sol e a lua
Que vivem uma eterna saudade
Privados da liberdade
E também da felicidade!
Quando sol chega, alua logo se vai...
Sequer podem se tocar
Para a saudade saciar!
Mas todos os dias...
Um vem o outro encontrar
Trocando por poucos momentos
Um profundo e saudoso olhar!
Levante-se coração!
Corra, procure, lute pelo seu amar!

Rosane Oliveira

Crime premeditado!

Somos culpados, um pelo vazio do outro!
Assumo a minha culpa e até me orgulho dela
Quis muito provocar isso em ti...e talvez tenha conseguido!
Tenho dúvidas se te desarmei e se de leve te fiz pensar em me amar!
Sei que demonstro certa incoerência em tudo isso!
Pois sei que não somos vazios, temos um ao outro.
Em nossas culpas nos completamos plenamente
Dividimos incertezas, pensamentos, amor!
O vejo um homem, tentando imensamente se conter
A incoerência, é apenas desejos tentado esconder!
Enquanto eu, deixo os meus falar nas letras... aflorarem na vida!
Amo sentir-me assim... atraída, seduzida, desarmada!

Envolvida em ti e perdida em mim!
Dividimos desejos...soltamos faíscas de nós dois!
Compartilhamos culpas...culpas que adoramos ter!
Somos cúmplices, de um crime premeditado!
De um desejo procurado e agora encontrado!
Fato consumado! Veredicto: Condenados!
Crime inafiançável!
“Estão condenados a desejarem-se mutuamente para todo o sempre”!
Sabino Marques e Rosane Oliveira

Oque foi que você fez?

Você chegou assim...
De mansinho, feito o vento frio da madrugada
Trouxe nos braços um feixe de carinhos
Nos olhos uma procura de desejos!
Desarmou-me...
Mexeu lá no fundo, em sentimentos velhos,
Guardados numa gaveta velha,
Escritos em páginas velhas e amarelas...
Reanimou um vulcão,
Que custou muito a se acalmar...
Que se resfriou com as águas do mar!
E agora torna a erupcionar!
Um sentimento grande...
Que dobrei em muitas partes pra caber numa gaveta...
Você desdobrou o papel...e ele escapuliu nas letras!
Outra vez!
Agora terás que me amar!
Ou então me ajudar a novamente o papel dobrar
E na gaveta velha guardar!
Para como lembrança ficar!
Linda lembrança de amar!

Rosane Oliveira